quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Negritude.


Bom, podemos começar esclarecendo que este texto, se referindo à questão dos negros no Brasil, deveria ser escrito no dia 20 de novembro, atribuído ao Dia da consciência negra, certo?! Nem tão certo assim!
Sabemos que um dos fatos que mais prejudicam as questões ligadas a isto(cotas raciais,políticas públicas, até o fim da discriminação racial) é justamente a falta de perseverança no assunto, ou seja, não é somente em certas datas que devemos discutir, pensar estratégias de inclusão, ou mesmo tentar reverter isso.Mas é algo que precisa ser intelectualmente construído, socialmente adaptado e assim legitimado.
Mesmo passados mais de 120 anos da abolição, o que não quer dizer nada se tratando de liberdade, pois as condições de trabalho e sobrevivência não mudaram radicalmente, (óbvio!) os negros continuaram excluídos, seja por falta de qualificação em qualquer área em que poderiam atuar para sustento próprio,e assim continuarem sendo submetidos aos poderes de seus 'antigos' senhores, quanto em qualquer outro quesito, analisando pelo meio social que estavam inseridos.
Hoje a situação infelizmente não mudou muito.
Para não nos estendermos tanto, pois o assunto realmente é muito amplo, podemos falar da última categoria a ocupar a escala social,a mulher negra.
Com menor nível de escolaridade,maior sobrecarga de trabalho, porém com menor rendimento,e mais dificuldades de estabelecer um relacionamento afetivo estável, a mulher negra tem experiência na luta pela superação do preconceito e discriminação racial no ingresso no mercado de trabalho. Algumas mulheres atribuem isso a um espírito de luta e coragem, fruto de muito esforço pessoal, e outras ainda, ao apoio de entidades do movimento negro.
Assim,podemos concluir que realmente, o que faz a diferença em qualquer tipo de movimento que pretende alcançar objetivos sociais tão significativos, é a luta, a imposição das ideologias de certa classe, e assim o começo do estabelecimento de uma relação social baseada em teorias que façam sentido total no contexto vivido, e que possam reger a sociedade ao bem comum,e ao respeito que é direito de todos.




Texto: Karen Dib

quarta-feira, 18 de novembro de 2009




O homem entra na barraca da Cartomante e paga com uma nota de cinco reais amassada.

-Ola homem, venha, tem coisas na sua vida mais assustadoras do que a sua sorte. Vou ler sua mão.

Ele dá um passo a frente, ela prossegue.

-Esse calo de enxada aqui mostra que Lula irá voltar.

O homem revira os olhos, menos mal, menos importante, por que ela não fala da minha vida de verdade?

Ela atende o pedido.

-Ele não virá em seu próprio corpo, porém a cabeça que vier será a dele.

-Essa sujeira de graxa aqui diz que você não passará muita fome, mas irá morrer desnutrido de vida e apático.

O homem vai embora, lamenta o dinheiro tao raro e agradece por pelo menos ainda receber a esmolinha do mês do mais novo pai dos pobres.

Apoena Baquara.

domingo, 8 de novembro de 2009

O outro lado de Assis - A 'Terra do Nunca' em plena luz do dia.


Muitos estudantes ficaram com os pés vermelhos de barro nesse final de semana. Era tanta gente que as fontes oficiais se contradiziam, e qualquer um acreditaria se dissessem 10, 20 ou 30 mil. De tanta gente que era naquela confusão.
Todos na mesma expectativa – O início do InterUnesp 2009 em Assis.
Logo nos primeiros jogos já começaram os hinos com a algazarra da bateria, o chope na faixa prometido não tinha chego e o pessoal comprava a própria bebida (isso 11 da manhã).
É importante lembrar que o primeiro dia do Interunesp não é realmente quando ele começa. A maioria dos estudantes festeja dias antes, fazem festas conhecidas como “pré-inter”, como duas que foram divulgadas na cidade, muitas vezes promovidas pelas próprias atléticas para arrecadarem dinheiro para a estrutura dos jogos e da bateria.
Meia hora de fila para pegar bata e caneca e um abandono total dos professores na sala de aula, todos alegavam que não conseguiam esperar mais.
A cidade fica colorida, todos os habitantes se entreolham e perguntam o que é aquilo. Aquilo, ou aqueles, são na grande maioria estudantes de classe média e alta que passaram no vestibular numa faculdade pública e tiveram condições de pagar o interunesp, que não foi nada barato. Em Assis só a primeira leva de entradas completas foi 170 para os próprios unespianos (quem era de fora pagava mais caro, e entre alguns rola certa revolta sobre os não-unespianos dentro da festa), e ninguém contou com os 20 reais diários de estacionamento, lanches, bebidas e energéticos para quatro dias de festa, jogos e bebedeira. Para os que vêm de fora, tem mais o ônibus ou combustível do carro, almoço e jantar, e alguns que pagam para tomar banho.
Ao entrar no site oficial pode-se encontrar definições sobre seus objetivos, a promoção de atividades desportivas e integração entre os alunos. Mas a coisa fica um pouco mais confusa na prática, é difícil não imaginar que aquela galera só quer mesmo cair na farra, festar, beijar na boca, beber, dar risada e curtir a fase jovem longe dos pais.
Dessa mesma forma, curtindo a máxima do “liberou geral”, todos os hinos são repletos de palavrões, o hino anti-Bauru é o mais cantado, e fica muito difícil não cantar junto, não repetir e tirar sarro do pessoal. E não tem quem não goste.
Nesse clima, Prudente tinha uma mãozinha inflável mostrando o dedo do meio com o “Hey Bauru”, e Bauru por sua vez tinha sua própria mãozinha com o “Vai você”. Mas tudo era levado tranquilamente. Quando, na empolgação, se cantava o “Hey Bauru” para um deles, eles próprios completavam a frase. E ficou difícil não falar tudo com ritmo e rima nesse meio tempo. Era engraçado ver um grupo de meninas cantando “A Conti não é legal, a Conti não é legal” só porque o chope não veio na hora certa.
No primeiro dia encontrei um menino dessa mesma tão mencionada cidade deitado na calçada ao lado do meu carro. Resistindo ao impulso de levar a caneca tão bonitinha e dourada da “tribo inimiga”, acordamos o coitado bêbado e lhe foi sugerido gentilmente que procurasse sua turma. Assim fomos para a casa começar a rotina.
Nossa rotina era simples. Acordávamos no horário de almoço, comíamos, colocávamos a bata de novo e íamos para os jogos atrás do caminhão de chope, que por sinal era da Conti, o patrocinador era da Skol, e eles tinham que ficar longe dos ambientes dos jogos e da Unesp, assim ou o pessoal bebia ou via os jogos, claro que todos podem imaginar a escolha que fizeram. Bebiam e iam para a tenda.
Depois dos jogos íamos para o jairão, onde estava a tal tenda eletrônica, dançávamos, riamos, e íamos para casa comer, dormir e tomar banho. Depois de umas duas horinhas de sono, agente acordava e ia para a balada, que ficávamos até umas sete e meia da manhã (pouco perto de muitos outros).
Fora o primeiro, os outros dias foram de entrada livre durante a tarde, lá o pessoal dançava e fazia os jogos alternativos, aqueles mesmo que não podem ser colocados no folheto para não assustarem os pais. Os jogos do campeonato sempre foram abertos ao público.
Na festa a noite tinha fiscal do fumo, não muito eficiente, pois tinha gente demais, mas o ar estava bem limpo. Tinha bebida o tempo todo, muita gente caída no chão, duas ambulâncias, (as quais para estrear meu namorado resolveu ir lá tratar um joelho ralado – e foi bem atendido), musica boa e dança.
Para ir de casal a um lugar assim tem que deixar o ciúme um pouco de lado, sempre haverá a paquera, pois a maioria está lá para a “pegação” mesmo, mas todos são muito respeitosos.
Pela manhã um segurança que confiscou uma colher de madeira de um menino e veio declarar que gostaria de me bater, eu estava parada ao seu lado esperando que meu namorado saísse do banheiro. Com toda a classe que juntei o mandei tomar em um lugar não muito confortável, e fui embora depois de ele se insinuar novamente, sempre rola o preconceito contra estudantes e suas festas.
Os jogos foram de atletismo, handebol, tênis de mesa, basquetebol,
judô, truco, futebol de campo, natação, voleibol, futsal, tênis campo, vôlei de areia e xadrez, e foi impossível a qualquer um que tentasse assistir todos, mesmo só os da própria cidade. Não adianta, nesse evento a regra é “tudo ao mesmo tempo e agora”.
As quadras são cedidas pela prefeitura e os alojamentos são em escolas estaduais e municipais. Os que não queriam ficar nos alojamentos ou iam para um hotel ou montavam acampamento no gramado da Unesp. Assis consta na 1° divisão, é o favorito no truco e pegou em terceiro lugar no desafio da bateria.
A InterUnesp acontece desde o ano 2000, a cidade sede é sempre escolhida por votação e participam 19 Campi da Universidade Estadual Paulista sendo eles Araçatuba, Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu, Dracena, Franca, Guaratinguetá, Ilha Solteira, Itapeva, Jaboticabal, Marília, Ourinhos, Presidente Prudente, Rio Claro, São José do Rio Preto, São Vicente, Sorocaba e Tupã (dados do site oficial), todo o evento é montado apenas por alunos, com o apoio de seus campi e prefeituras. A instituição aprova a festa para que haja a renovação do fôlego dos alunos pelo stress do segundo semestre.
As unespianas possuem o hábito de customizar suas batas para ficarem mais autênticas, e essa decisão é feita meses antes, juntamente com a escolha e preparação da fantasia, motivo de assunto entre os alunos muito antes do evento.
Aos mais preparados o remédio Engov era tomado para evitar a ressaca dos dias seguidos de bebedeira, o que foi até mesmo a fantasia escolhida por um grupo de meninas.
Alguns se vestiam de marcas de chocolate, Blue man, Maisa, Gripe Suína e eu de Mario Bros, idéia que fui descobrir nada original depois, tirei fotos com todos eles atrás de armários feitos de papelão (entendem a piadinha?).
Aos universitários que não foram, vão. É uma fase que não volta, e existem eventos como estes em outras universidades. Penso como se fosse Meca, deve ir ao menos uma vez na vida para dizer que não deixou de conhecer. Exceto os mais sensíveis, que não gostam de ver homens de cueca, saia ou camisola, detestam palavrão, não conseguem ouvir música alta por muito tempo, tem compromisso e são muito ciumentos, ou usam a voz para trabalhar, pois nos dias seguintes era possível saber quem foi só pelo rouquidão, e ninguém escapou dela. E é importante lembrar que existem unespianos que não gostam desse tipo de festa, alegam ser uma orgia burguesa e dão graças a Deus quando acaba.

Stephenie Meyer - Nômade


Aos fãs de Crepúsculo e toda sua saga, aviso, esse livro não tá com nada!
Stephenie teve a proeza de vir aqui, me falar de alien, conseguir colocar um romance e até me fazer chorar.
Sinto muito meus professores de literatura tão sisudos e conservadores, mas a mulher merece aplausos!
Excluindo o estúpido conto que ela escreveu em "Formaturas Infernais" (um livro de várias autoras, Meyer conseguiu publicar uma gama interessante de romances de ficção científica adolescente.
Eu tinha lido os livros dela em uma sentada, arrebatadores, viraram febre, levaram multidões de adolescente no cinema, internet e em livros de Bran Stocker.
Gostei sim, legal, meio agua-com-açúcar, meio novela mexicana, meio filminho de ação, um toque de comédia romântica e a receita sem erro de mocinhos e mocinhas.
Mas 'Nômade' foi fenomenal!
Dando de 10 a zero na saga que lhe deu aquele tremendo sucesso.

Vou fazer uma sinopse por conta.

Aliens bonzinhos, gentis e amorosos dominam a terra, entram no cérebro dos humanos transformando o mundo em um lugar melhor para se viver. Para ELES viverem, humanos não dominados, usando a própria consciencia não são bem-vindos.
Núcleos de resistência são criados, fazendo parte deles Melanie, o corpo protagonista da história. Melanie é capturada e Wanderer, alien que é designada para ser a consciencia de Melanie, a mocinha da história, é colocada dentro do cérebro da moça. Porém a humana não abandona os pensamentos sendo um empecinho para Wanderer, que começa a se apaixonar pelo namorado de Melanie e amar seu irmãozinho.
Impulsionada por esse amor Wanderer vaga até o deserto para encontrar os humanos com a ajuda de Melanie, ela é encontrada quase morta e mantida prisioneira pelos humanos resistentes.
Depois de muito apanhar Wanderer cria laços de amizade com os humanos e começa a ajuda-los a resistir contra sua própria espécie.
Ian, um humano, se apaixona pela alien, criando um laço confuso entre Melanie, Wanderer, Ian e Jared, o namorado de Mel.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Mil cento e cinquenta e cinco dias


A profecia Maia é clara. Em 21 de dezembro de 2012, com a chegada do solstício de inverno ocorrido a cada 26 mil anos, uma grande transformação acontecerá no mundo. Será o fim ou o início?

Nunca fui de acreditar em previsões, tarô, “faça sua amarração” ou similares, mas desta vez se for mesmo verdade, preciso correr.

Há milhares de lugares e pessoas que ainda não conheci, inúmeras culturas não estudadas e decepções por sofrer. Não consigo cogitar a ideia de quem sabe morrer sem ao menos ter sido mãe e assistido a Copa e as Olimpíadas sediadas no Brasil. Todo esse papo de juízo final me fez refletir sobre a humanidade e, sua auto destruição sinal muito maior que qualquer profecia. O homem é assassino de si mesmo, de seus valores e sentimentos.

Agora, é tempo de sair às ruas, protestar contra o racismo, a homofobia, o fanatismo religioso, toda e qualquer forma de preconceito. É o momento de desatar os laços de desigualdade e unir os povos, imaginar por alguns instantes um novo mundo, mais ou menos no estilo hippie de ser. Comunidades cantando “Imagine” e acendendo incensos para purificar a alma.

Também é hora de aproveitar as pequenas coisas: distribuir agrados, dizer “eu te amo”, ligar para um amigo distante, ouvir histórias da avó e sorrir sem motivo. A minha placa de “abraços grátis” já está pronta!

Se o tal apocalipse não vier, ao menos temos a certeza que a ameaça nos tornou seres humanos melhores, capazes de perceber detalhes antes nunca notados, gratos por reencontrar a esperança perdida, entendendo o significado da palavra afeto.

Perceba que realizar sonhos não é conquistar o impossível, mas sim importar-se com os simples desejos. E você, já realizou um sonho hoje? Faltam 1155 dias. Para os maias, pode ser o fim, para nós, um recomeço.


Ceci Maiara - texto produzido em 26/1O/2OO9

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Só não podem me tirar as coisas boas que eu fiz para quem eu amo


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A felicidade sempre foi uma tentativa bizarra - mas não inalcansável


porém tão passageira que quase não pode ser vista a olho nu





E nisso poucos tem fé para acreditar nela.





Como é de costume


toda tentativa bizarra de felicidade é cantada pelos artistas


aqueles loucos que ao citado olho nu vêem mais que os outros


pobres e infelizes mortais





A felicidade de ser artista


é a mesma trágica alegria do palhaço


incapaz de se fazer rir


e do ator


incapaz de se fazer surpreender.





Louco é aquele ser estupido que tenta interpretar o mundo


a si mesmo


aos seus sentimentos


a sua dor e felicidade


sendo exageradamente mais enfático na primeira.





Podemos tantas coisas


que não fazemos sem saber a razão


e nossas razões são tão subconcientes


que nem sabemos como nomeá-las.





O meu riso


o meu frequente riso


não dorme na cama comigo.


Em minha cama, só cabe eu, que pena.

Apoena

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Desenhando teus fiéis retratos

A menina remexia curiosa na caixinha de memórias, procurava por vestígios. Encontrou um palito quebrado, caído em meio a tantas coisas espalhadas. Lembrou-se do dia em que o conheceu, da forma dos seus olhos e sorriu. Pôs de lado.
Revirou a caixa mais uma vez deparando-se com papéis de chocolate amassados e cheios de segredos. Abaixou a cabeça balançando-a numa expressão de lamento. Deu um suspiro longo e avistou a velha palheta preta toda arranhada pelo tempo, carregando a maior parte de suas lembranças, todas contidas ali, num pequeno pedaço de plástico escuro. Ao lado, a letra de uma canção que dizia: "The first thing I'd do is thank the stars for all that I am... If I were you". Nesse momento, o filme da sua vida passou devagar e detalhado, ela o viu tocando suas músicas favoritas e sorrindo, deslizando as mãos leves e hábeis pelas cordas do violão, dedilhando-as astutamente e descobrindo novos acordes. Um músico, dominador da arte dos sons. Era compositor às terças, exímio mestre às quartas e exibia todos os seus talentos às sextas...maiores, menores, justas... Amante de jazz, inimigo do new wave do Oasis.
Ela o amava, mas o viu desaparecer exatamente como o final da escala. Num instante, pegou o telefone e pensou em ligar. Hesitou. O que iria dizer? As mesmas frases clichês de sempre? Melhor não, reagiu.
E qual seria a resposta?
Dele só restavam saudade e a esperança de vê-lo voltar entrando pela porta, com o rosto adornado pelo velho sorriso e pelas notas tantas vezes sussuradas ao pé do ouvido. Segurando a fotografia, a garota contornou os traços do rapaz com os dedos, sorriu, guardou-a e fechou a caixa.
Ceci Maiara

sábado, 12 de setembro de 2009

Quem são essas garotas boas


As garotas boas são quietinhas.
As garotas boas são educadas.
Não soltam pum, nao arrotam, e muito menos usam palavras como peido e cagar.
As garotas boas estudam muito,
só fazem sexo com amor,
e não gostam de palavrão.
As garotas boas ficam constrangidas com o tesão,
são sempre passivas na cama,
e na vida delas só tem no máximo dois ou três homens, todos sérios.
As garotas boas são aquelas que os homens se apaixonam de cara,
por que parecem que precisam de cuidados.
Elas não usam roupas ousadas
e possuem cabelos virgens.
As garotas boas são tímidas,
tocam algum instrumento romântico de música clássica,
e em algum dia da vida delas fizeram balé.
As garotas boas tem sorriso franco, chega a ser gostoso assistir.
As garotas boas não ficam e falam sobre se dar valor.
Lêem livros e vêem filmes com finais felizes.
As garotas boas não erram nunca, ou por que não podem,

ou por que são ingenuas ou sérias demais para cometerem qualquer cagada.
As garotas boas ajudam todo mundo, seguram a barra e tentam ajudar.
As garotas boas sofrem mais a dor alheia,
e não existe uma dor própria.
As garotas boas são mimadas, e todos gostam de dar o que ela quiser.
As garotas boas tem sexo como tabu.
As garotas boas não traem e nem vontade tem disso.
As garotas boas não pulam, gritam, ou sabem dançar até o chão.
As garotas boas ou frequentam a igreja ou tem uma fé em Deus muito grande.
As garotas boas não esquecem datas de aniversário.
Ama todos a sua volta.
É aquela que compra um doce e leva pra todos comerem juntos.
As garotas boas tem medo do mundo,
e odeiam noticiários,
elas salvam passarinhos na rua,
e choram quando morrem.
As garotas boas usam bikinis grandes.
Gostam de serem bonitas, mas não cogitam em serem gostosas.
As garotas boas são doces, da até medo de quebrar
As garotas boas choram muito.
As garotas boas são perfeitas, para os outros, e não para elas
As garotas boas são acusadas de não viverem a vida,
e nunca são convidadas para a festa.
As garotas boas ou ficam com o namorado ou com a familia,
outras garotas não gostam dela, ela é perfeitinha demais.
As garotas boas sentem desejos.
Querem ver o mundo.
Querem ver as pessoas.
Querem ver os homens e as mulheres em sua essência.
As garotas boas desejam mudar.
Desejam ser diferentes.
Elas sempre sentem um vazio.
As garotas boas não são boas por que querem.
Existe a dor de ser boa, e a frustração de não o ser completamente.
As garotas boas são tristes, e na tpm, elas choram sem saber por quê.
Em alguns momentos elas deprimem sem saber por quê,
em alguns dias elas se sentem feias e incompletas sem saber por quê.
Em alguns lugares elas olham para o céu e se perguntam quem são,
Nunca estão completas, essas garotas boas, e por isso, sempre pagarão.
Baquara.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

IRRESISTÍVEL

Eu me lembro no colegial, um menino da minha sala cantava uma musica que começava com "menina, eu te amo tanto..." e seguia com "te amo o caralho só queria te comer" e me escandalizava insanamente. A vulgaridade, o sexo, os palavrões, o xulo... Era indescritível.
Depois de alguns anos, "muitas desilusões, desenganos", acho o maior barato o hino da faculdade "nóis fuma, nóis chera, nóis não marca bobeira, nóis mete, nóis dá, mas não deixa de gozar, AX! Os corvo chegaro, e tudo dominaro, da Terra do Nunca, para comer tua bunda! AX!" Intelectualizando-o, é transgressor, petulante (como todo jovem gosta de ser), bate de frente com o dito certo e simboliza uma luta pela liberdade. Mas tirando esse discurso nerd de lado, simplesmente é cômico e divertido, praticamente proibido e certamente imoral, em outras palavras, irresistível. Feliz será ser livre, que for pra ser vai ser, e as nossas crianças, saberão ser inocentes até o ponto que quiserem o ser, eu demorei muito! E malemá deixei de sê-lo, ainda que ria do hino, com certeza me resta muitos fiapos de ingenuidade espalhados por aqui, do planeta dos macacos. Camila.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Aula Particular


Nicole esperava já há algum tempo. Mario tinha prometido que viria, mas daquele jeito casual sempre a deixava na dúvida.
Quando falou com ele, ele estava com as duas namoradas, Marina, menina detestável, magrela demais, quadril desproporcional, olhos grande demais, e aquele cabelo precisava urgente de uma hidratação e Julia, sem graça e burrinha.
Não entendo como um cara tão inteligente e sensível como Mario aceite algo como ter duas namoradas...
Ele já tinha explicado isso para ela, ele e suas namoradas não eram adeptos ao conceito de monogamia, e as duas eram um casal também, coisa esquisita!
Bom, não vou ficar julgando... Ela começou a separar os cadernos para matar o tempo, numa folha em branco desenhou uma rosa aberta, caprichou mais nas folhas do que nas pétalas. Estava reforçando o traço quando ele chegou.
Ela correu para a porta subitamente ansiosa, Mario estava simples, cheirava a shampoo, tinha os cabelos molhados, uma mochila amarrotada e um sinal pequeno de sorriso no rosto.
Só por educação, até parece que ele viria com toda a alegria do mundo estudar física! Nicole sorriu para ele, reclamou do seu atrasado e o levou á cozinha, logo se sentaram e ela começou.
Ela falava sobre coisas fascinantes, mas só para ela, coisa esquisita gostar de física... Apoiou o queixo na mão e olhou pela janela, que menina estranha, ela é até bonitinha, ele começou a olhar a boca dela e imaginar como seria um beijo, nossa, porque faço isso sempre? Tentou prestar atenção no que ela lhe dizia.
Nicole reparou em um machucado no dedo indicador dele, o que será que aconteceu? Ela perguntou, ele disse que prendeu na porta, e continuaram.
A aula tinha terminado e ele já poderia fazer a prova tranqüilo amanhã.
Ela lhe deu um sorriso, ele deu outro. Um beijo não seria de todo mal, ela pensou, eu deixaria só para ver se é tão bom assim.
Imagina se ela me beijasse, a culpa não seria minha, ele imaginou, se olharam.
Se aproximaram lentamente, ele desviou o rosto e lhe deu um beijo na bochecha, que bobagem! Ela se levantou e vermelha o levou até a porta, até a próxima então! Claro, obrigado por me explicar, não sei o que faria sem você! Imagine, vai com cuidado, tchau! Até!
Ela o olhou sair pelo portão, fechou a porta, olhou para a mesa bagunçada, deu um sorrisinho bobo e uma risada, que bobagem, cada coisa que me acontece... E foi assistir televisão.
Apoena

sábado, 29 de agosto de 2009

Um estrondoso e calado amanhecer


Era simplesmente mais uma noite, mas não uma noite qualquer daquele ano de 2002. Carnaval, fim de festa, pessoas se movimentando, olhares desatentos, outros curiosos, bocas sorridentes, bocas ocupadas, o clube ia ficando vazio e tomado apenas pelos funcionários e o resto da banda que se aprontava para deixar o local.
Ela, sonolenta caminhava com dificuldade carregando uma mochila, cheia de maquiagem, fantasias e coisas usadas para se apresentar. Ele, sentado no balcão do bar, a olhou, respirou por dois segundos e a seguiu com os olhos até ela desaparecer na escada, como um fantasma. Precisava vê-la mais uma vez, saber seu nome, quem era, como alguém de tão encantador sorriso poderia existir?
Caminhou em direção a escada, subiu lentamente passo por passo pensando em algo para dizer, não pensou em nada. Hesitou, sentiu as mãos suarem, desceu um degrau, olhou em volta e subiu. Parado na porta ele a avistou de longe sentada em meio aos colegas, sorrindo, gesticulando; a beleza teria tomado forma e se personificado, pensou. Se aproximou, seus olhares se cruzaram, ela o fitou como quem sabia das intenções, se levantou e passou por ele sorrindo, dona de uma expressão convidativa e instigante ao mesmo tempo. O menino a seguiu e lhe encontrou perto do palco pensativa; esticando a mão se apresentou com um gesto de cavalheirismo nada típico para um jovem de dezessete anos. Ambos disseram seus nomes e conversaram, ela o achou divertido, apesar de um pouco desligado e falante, encarou-o com precisão, sentiu as pupilas dilatarem, as mãos tremerem e o coração acelerar descompassado, mas foram pegos de surpresa pelos outros integrantes da banda. Disfarçaram. Em vão.
Rapidamente ele entregou um papel com os seguintes dizeres: "Me encontre esta noite no segundo andar do clube às nove horas". Ela leu, sorriu e caminhou vagarosamente até a porta onde todos a esperavam. Deitou-se e o sono parecia nunca chegar; para o garoto não era diferente, imaginava de todas as maneiras estar ao lado da delicada menina de cabelos escuros, de olhos claros, nítidos, maliciosos.
Por fora, era só mais um louco, posando de inabalável, insensível e turbulento, porém sua consciência tinha a plena certeza que não era assim. Às nove horas lá estava de pé, olhando para a lua na sacada do prédio onde ficava o clube. Às nove e sete ela apareceu, linda, irradiando luz, transcendente como uma visão e sem nada dizer apenas sorrindo a jovem calou o silencio com um beijo envolvente, caloroso, tórrido. As mãos se encontraram suaves, simétricas, entrosadas, bem como as línguas dispersas e unidas simultaneamente trocavam experiências. Se afastaram, sentiram os corpos um ao outro e se envolveram num abraço quente, sincero, o qual fez o mundo parar por alguns instantes.
Os instantes se estenderam, se tornaram minutos, horas e o pôr-do-sol os acolheu cheio de sublime maestria, logo as mãos intercaladas se desprenderam, os lábios se fecharam e os olhos perceberam a hora da despedida. Mais uma vez, ele a olhou com extremo afeto e a deixou partir, junto com ela, o pôr-do-sol trazendo consigo um novo dia, esculpindo uma nova página a ser escrita no livro da sua vida.

Ceci Maiara

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O nascimento de uma morte


No início da semana, durante meu café da manhã li uma matéria de um importante jornal sobre o possível fim de páginas como esta. Refleti alguns minutos e pensei como seria a vida dos "ratos de blog", aqueles cujo passatempo é viver em busca de novos textos para criticar, refletir ou se emocionar . O café nem desceu direito, levando em conta o curso superior do qual faço parte e a decepção sofrida nos últimos meses pelo desmerecimento da nossa profissão.
No meio do caminho, a vida me mostrou sua contraditória opinião, quando no dia seguinte, fui convidada a postar aqui, mais uma ramificação textual direcionada ao livre pensamento. Aceitei, claro! Ponto para nós, os chamados "blogueiros", expressão que ficou antiga segundo pesquisadores de mídia e tecnologia.Estamos ficando velhos ou as pessoas estão esquecendo os valores de um texto? Numa época predominada pelas imagens, esse processo seria natural se junto com ele as ideias não fossem atingidas. Um bom texto desperta outros sentidos, incita discussões, novas opiniões e agrega partidários da escrita, seja ele vindo do impresso ou online. Tudo bem, a banalização dos conceitos defendidos e a modificação da forma como nos comunicamos, favoreceu o esquecimento dos blogs, afinal o Twitter está bombando! Somos seres muito mais ligados as cores, imagens e sons, porém prever o fim trágico - ou cômico - dos blogs é mera prentensão. Enquanto houver gente disposta a compartilhar loucuras, desabafos, indignação ou qualquer besteira o blog estará aí, nem que seja aguardando a sua eutanásia.


Ceci Maiara

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Neuromarketing - Mais essa agora!


Aposto que você ficou aterrorizado com as mensagens subjetivas da coca-cola, pensou "eu sabia" quando ouviu na conspiratória do pacto da xuxa e do raulzito, e procurou algum indicio do "Senhor Zumbi" na música da mosca não é mesmo?
Mas PASMEM - Tem mais!
Agora existe um tal de neuromarketing que promete que você pode até pensar por si mesmo, mas vai passar uma vontade danada!
Segundo um dado divulgado na SuperInteressante você passa 16 mil horas vendo comerciais televisivos (só TV), dava para fazer faculdade de medicina duas vezes, numa boa! Imagina então o tempo que juntos, marketeiros, cientistas e empresários do mundo inteiro passam pensando na maneira que você vai ouvir ao Just do it.
Até agora eles descobriram que esses homens e mulheres lindos e gostosos que se vê nas propragandas de cerveja e perfume aumentam as chances de esquecerem a marca do produto (também, tanta gente linda, só esquecendo delas mesmo pra ficar de bem com a vida, agora "o sol nasce para todas" é impossivel de esquecer, viva, inicio do fim da ditadura das gostorosas!), colocar uma propaganda de carro num programa de carro também é uma má idéia, mais chances de fixar é falar de rodas no meio do programa de culinária.
E mais! Nas universidades de Montreal e Warwick (Canadá e Inglaterra) eles colocaram um grupo de freiras carmelitas para rezar e viram que no cérebro delas ativou a mesma área das pessoas que são expostas a marcas consagradas como Ferrari ou iPod.
Do rei na barriga ao macaco adestrado na cabeça dessa galera ficou obvio o seguinte, manipilar não é só fácil, como possivel, simples e consagrado. Agora resta levantar a sobrancelha e dizer "fudeu", ou vai me dizer que você é um daqueles que acha que eles vão vestir uma capa vermelha e usar isso para o bem?? hahaha.

sábado, 15 de agosto de 2009

Como lidar com viagens frustradas


Existe guia para preparação de malas, para roteiro, guia para usar a lingua do pais que se vai visitar, para interagir com as pessoas... e quando a viagem não acontece? Não tem guia pra isso. A frustração, toda aquela expectativa, voce mora em uma cidade que não tem NADA para fazer pra substituir e mesmo que tivesse, voce queria mesmo era estar lá.

É, mas acontece, sempre existirão pessoas que tem medo de notícia de jornal que vão cavaletar aquela viagem que voce esperava.

Aconteceu, pronto.

Então depois de xingar e encher a cara o negócio é fazer coisas que você não faria se tivesse viajado:
Visitar aquele amigo que você nunca visita, ir naquela balada que você ainda não foi, ir no restaurante que sempre foi "caro demais", em hipótese alguma ficar olhando as fotos do lugar e suspirando feito um tonto!

Dai, pronto, a frustração só deixa um repuxado pra baixo no cantinho da boca quando mencionada.
JAPIÁ

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Nada de putaria na "Casa das Coelhinhas"


Não julgar um filme pela capa, titulo e descrição do filme no verso. "Casa das Coelhinhas" me passou uma péssima primeira impressão de ser um daqueles filmes apelativos. Me enganei, é uma comédia leve e divertida, sem exageros e com um enredo (é por que agente imagina que esses filmes não tem nenhum!).

A história é sobre Shelley, uma orfã rejeitada que fica linda subitamente a passa do orfanato para a mansão da playboy, no seu aniversario de 27 anos ela acaba expulsa da mansão e fica desabrigada, vai parar numa casa de universitarias excluidas de um irmandade prestes a fechar por falta de membros. A parte cômica se dá pela forma com que Shelley tenta ajustar as meninas e ao mesmo tempo quer parecer uma "desajustada" para conquistar um cara.

Algo bem parecido com "Legalmente Loira" vai super bem com domingo, pipoca e um grupo de amigos!


Iandê.

Nascimento de Apoena

Eram seis reis magos para presenciar o nascimento de Apoena Baquara:
Guariní, o guerreiro e lutador,
Baquara, seu pai, o que sabe das coisas,
Japiá, o espinheiro,
Abaitê, mal compreendido como ruim ou estranho,
Abaçaí, a mosca da sopa, aquele que espreita e persegue,
e o doce Iandê, sempre neutro.
Todos fizeram a promessa diante do berço de Apoena passar toda sua sabedoria para que cumprisse seu destino: enxergar além.
Seus ensinamentos foram encontrados debaixo de uma árvore antiga dentro de um baú, os homens que derrubaram a árvore (ainda viva) morreram em algumas semanas, os arqueólogos não puderam explicar como eles tinham escrito sendo que isso nao era costume naquela cultura, sem resposta, só restou repassar toda a sabedoria antiga virtualmente, meticulosamente postada aqui, no Apoena Baquara.