Revirou a caixa mais uma vez deparando-se com papéis de chocolate amassados e cheios de segredos. Abaixou a cabeça balançando-a numa expressão de lamento. Deu um suspiro longo e avistou a velha palheta preta toda arranhada pelo tempo, carregando a maior parte de suas lembranças, todas contidas ali, num pequeno pedaço de plástico escuro. Ao lado, a letra de uma canção que dizia: "The first thing I'd do is thank the stars for all that I am... If I were you". Nesse momento, o filme da sua vida passou devagar e detalhado, ela o viu tocando suas músicas favoritas e sorrindo, deslizando as mãos leves e hábeis pelas cordas do violão, dedilhando-as astutamente e descobrindo novos acordes. Um músico, dominador da arte dos sons. Era compositor às terças, exímio mestre às quartas e exibia todos os seus talentos às sextas...maiores, menores, justas... Amante de jazz, inimigo do new wave do Oasis.
Ela o amava, mas o viu desaparecer exatamente como o final da escala. Num instante, pegou o telefone e pensou em ligar. Hesitou. O que iria dizer? As mesmas frases clichês de sempre? Melhor não, reagiu.
E qual seria a resposta?
Dele só restavam saudade e a esperança de vê-lo voltar entrando pela porta, com o rosto adornado pelo velho sorriso e pelas notas tantas vezes sussuradas ao pé do ouvido. Segurando a fotografia, a garota contornou os traços do rapaz com os dedos, sorriu, guardou-a e fechou a caixa.
Ela o amava, mas o viu desaparecer exatamente como o final da escala. Num instante, pegou o telefone e pensou em ligar. Hesitou. O que iria dizer? As mesmas frases clichês de sempre? Melhor não, reagiu.
E qual seria a resposta?
Dele só restavam saudade e a esperança de vê-lo voltar entrando pela porta, com o rosto adornado pelo velho sorriso e pelas notas tantas vezes sussuradas ao pé do ouvido. Segurando a fotografia, a garota contornou os traços do rapaz com os dedos, sorriu, guardou-a e fechou a caixa.
Ceci Maiara
penso que conheço essa historia, rsrsrs
ResponderExcluirQuem nunca fez isso neh?! As coisas são como elas são, feliz de quem guarda um pedaço de cada um que lhe passa pela vida, mesmo depois de não ter o mesmo significado ao da razão que te fez guardar aquilo.
ResponderExcluire esse amor molhaaaaaaaado faz tudo acontecer! HAHAHAHA
ResponderExcluirAqui é o André, você queria uma entrevista? Passa seu MSN que a gente conversa e tal. Sem problemas.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAhhh, as memórias...líquidas, porém tão sólidas...
ResponderExcluirE sim, estou me formando em Jornalismo. Ano que vem consiga, talvez, hehe.
Passarei mais por aqui, beijos!