sexta-feira, 9 de abril de 2010

No bonde...
















Sempre que a saudade aparece
ela se lembra do prazer que era sentar em seu colo
a razão me recorda de outros colos
e que eles também davam prazer
e dos colos que terei.

Dai a saudade me insiste
naquele momento
irredutivel ela afirma,
que não volta mais
A razão diz que o momento
o tal momento
esse não voltará junto com você.

A saudade, teimosa, parte com malícia
em coisas mais proibidas
em descobertas únicas,
lá naquele espaço só nosso
A razão, constrangida, afirma ter sido uma loucura
uma coisa qualquer
E que
Loucuras não constróem castelos.

Já atordoada a razão se encolhe
antes mesmo de dar tempo à saudade pensar
a saudade choraminga as loucuras, os colos, os beijos e momentos
mas sem resposta
sem desejo
sem mudar de ser quem é
saudade

E ficam as duas lá
sem argumentos
fechadas
abaladas confusas
apelando pela indiferença

E a indiferença não vem.