quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Mil cento e cinquenta e cinco dias


A profecia Maia é clara. Em 21 de dezembro de 2012, com a chegada do solstício de inverno ocorrido a cada 26 mil anos, uma grande transformação acontecerá no mundo. Será o fim ou o início?

Nunca fui de acreditar em previsões, tarô, “faça sua amarração” ou similares, mas desta vez se for mesmo verdade, preciso correr.

Há milhares de lugares e pessoas que ainda não conheci, inúmeras culturas não estudadas e decepções por sofrer. Não consigo cogitar a ideia de quem sabe morrer sem ao menos ter sido mãe e assistido a Copa e as Olimpíadas sediadas no Brasil. Todo esse papo de juízo final me fez refletir sobre a humanidade e, sua auto destruição sinal muito maior que qualquer profecia. O homem é assassino de si mesmo, de seus valores e sentimentos.

Agora, é tempo de sair às ruas, protestar contra o racismo, a homofobia, o fanatismo religioso, toda e qualquer forma de preconceito. É o momento de desatar os laços de desigualdade e unir os povos, imaginar por alguns instantes um novo mundo, mais ou menos no estilo hippie de ser. Comunidades cantando “Imagine” e acendendo incensos para purificar a alma.

Também é hora de aproveitar as pequenas coisas: distribuir agrados, dizer “eu te amo”, ligar para um amigo distante, ouvir histórias da avó e sorrir sem motivo. A minha placa de “abraços grátis” já está pronta!

Se o tal apocalipse não vier, ao menos temos a certeza que a ameaça nos tornou seres humanos melhores, capazes de perceber detalhes antes nunca notados, gratos por reencontrar a esperança perdida, entendendo o significado da palavra afeto.

Perceba que realizar sonhos não é conquistar o impossível, mas sim importar-se com os simples desejos. E você, já realizou um sonho hoje? Faltam 1155 dias. Para os maias, pode ser o fim, para nós, um recomeço.


Ceci Maiara - texto produzido em 26/1O/2OO9

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Só não podem me tirar as coisas boas que eu fiz para quem eu amo


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A felicidade sempre foi uma tentativa bizarra - mas não inalcansável


porém tão passageira que quase não pode ser vista a olho nu





E nisso poucos tem fé para acreditar nela.





Como é de costume


toda tentativa bizarra de felicidade é cantada pelos artistas


aqueles loucos que ao citado olho nu vêem mais que os outros


pobres e infelizes mortais





A felicidade de ser artista


é a mesma trágica alegria do palhaço


incapaz de se fazer rir


e do ator


incapaz de se fazer surpreender.





Louco é aquele ser estupido que tenta interpretar o mundo


a si mesmo


aos seus sentimentos


a sua dor e felicidade


sendo exageradamente mais enfático na primeira.





Podemos tantas coisas


que não fazemos sem saber a razão


e nossas razões são tão subconcientes


que nem sabemos como nomeá-las.





O meu riso


o meu frequente riso


não dorme na cama comigo.


Em minha cama, só cabe eu, que pena.

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