Facil é invejar ao ateu
Que de tão tranquila e pacifica lhe apresentou a vida
Nunca teve a necessidade sufocante de Deus
Nunca precisou olhar para o céu e clamar misericórdia
Nunca teve mortos a quem desejou vivos, ainda que em alma
É impossível sofrer sem se espiritualizar e permanecer vivo
Destes que sofrem sozinhos, morto permanece o coração
Aos que aprenderam a cultivar o espírito no padecimento
A vida apenas prossegue o rumo do que os cabalistas podem classificar como carma
É o mais próximo que se pode ter da felicidade
Se todo ser humano procura um sentido na vida
É porque todos possuem o desejo de construir algo significativo
Apenas neste desejo e na concretização deste, o homem abandona a maldade inata
Da qual justificam as leis e argumentam os filósofos
E pode abraçar finalmente a parte mais bela da religião
(que ainda que peque em certos preceitos)
É a única categórica em afirmar e confirmar a bondade inata do homem
E na sua intenção óbvia de fazê-la prevalecer.
“Sim, as brutalidades do Progresso chamam-se revoluções! Depois delas acabadas, reconhece-se uma coisa: que o gênero humano ficou maltratado, mas que deu alguns passos para diante! [...] O Progresso deve crer
Vitor Hugo. Os Miseráveis.
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